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Acusados de barbárie preferem silenciar durante audiência no AM

Provavelmente orientados pela defesa, acusados de matar jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram interrogados na cidade de Tabatinga

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Acusados de barbárie preferem silenciar
Amarildo da Costa, um dos implicados no caso, disse que está há mais de um ano sem ver a família

Da redação Amazônia em foco

Ontem, a Justiça Federal ouviu os acusados de envolvimento na morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Os criminosos mataram e esquartejaram os corpos na região do Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte, Amazonas, que fica a mais de 1.150 quilômetros de Manaus.

Foram ouvidos Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima. Provavelmente orientados pelas defesas, eles se recusaram a responder perguntas sobre os crimes investigados e pediram a transferência para presídios no Amazonas.

A audiência ocorreu na cidade de Tabatinga, na região da tríplice fronteira, no Amazonas, no fim da manhã de ontem. Em seguida, logo após os depoimentos, o juiz do caso, Wendelson Pereira Pessoas, concedeu um prazo de dez dias para as alegações finais.

Amarildo foi o primeiro a depor, seguido de Jefferson e Oseney.

A Justiça analisa a materialidade do crime e indícios de autoria, para decidir se os réus serão levados a júri popular.

Na semana passada, a Justiça também ouviu novas testemunhas de defesa arroladas pelos advogados do trio. Entre os depoentes estava Rubem Dario Vilar, o Colômbia, suspeito de ser o intelectual dos crimes, que negou participação no caso.

Amarildo da Costa de Oliveira, de 42 anos, está em um presídio federal no Paraná e afirmou que não vê a família e advogados há quase um ano. O pescador declarou que sabe o motivo pelo qual ele está preso, contudo, negou o crime.

O juiz informou a Amarildo que essa seria a única oportunidade dele de falar na presença do magistrado. Apesar do pedido, o réu se recusou e afirmou que ficaria em silêncio. Durante a audiência, o Ministério Público Federal (MPF) lembrou que Amarildo já havia confessado o crime para a polícia.

Acusados de barbárie preferem silenciar em audiência

Ele insistiu que só falaria com a defesa pessoalmente. Amarildo, Oseney e Jefferson prestaram depoimento à Justiça Federal no dia 8 de maio. Preso na penitenciária federal de Mato Grosso, ele se negou a responder onde mora e não respondeu se teria contato com os advogados.

Em seguida, o acusado alegou não ter condições financeiras e que sente muita falta da família. O acusado disse, ainda, que não sabe o porquê de estar em um presídio federal e que não tem ciência das acusações.

Provavelmente, a defesa dos acusados de barbárie fez a orientação de silêncio.

Jefferson confirmou apenas que tem três filhos e morava no município de Benjamin Constant, no Amazonas. O MPF não fez perguntas após as respostas dos réus ao juiz. A defesa não fez questionamentos, mas lembrou o juiz sobre o depoimento anulado no dia 8 de maio.

Oseney de Costa de Oliveira foi o último a depor. Ele também disse que ficaria em silêncio. O réu respondeu apenas que morava no Rio Itacoai, em Atalaia do Norte, trabalha com pesca e tem quatro filhos.

Ele afirmou que só falaria com a defesa pessoalmente. Amarildo, Oseney e Jefferson prestaram depoimento à Justiça Federal no dia 8 de maio.

No entanto, devido ao fato de o juiz anterior, Fabiano Verli, não ter autorizado o depoimento de algumas testemunhas arroladas pela defesa, os advogados dos réus entraram com um Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Os desembargadores federais, por unanimidade, acataram parcialmente o pedido da defesa. Eles determinaram que a Justiça Federal ouviria as testemunhas que Verli havia indeferido e também agendariam um novo interrogatório dos réus.

Isso se deve ao fato de que, no Processo Penal Brasileiro, o interrogatório dos acusados só pode ocorrer após o fim da oitiva das testemunhas, a fim de não comprometer os princípios processuais do contraditório e da ampla defesa. Eles decidiram, portanto, que a Justiça Federal iria ouvir as testemunhas que Verli havia indeferido e, adicionalmente, agendariam um novo interrogatório dos réus.

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