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Cresce pressão por suspeitos De agredir Alexandre de Moraes

Casal e filho prestaram depoimento à Polícia Federal que apura o caso ocorrido no
aeroporto de Roma, na Itália. O cerco se afunila ainda mais contra acusados

PF cumpre mandados de busca e apreensão na casa do casal suspeito de ataques ao
ministro Alexandre de Moraes no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália. Um
computador e um celular foram apreendidos.
Os mandados foram autorizados pela ministra Rosa Weber, presidente do STF, e
recebeu aval ainda da PGR. Os alvos da PF são o casal Roberto Mantovani Filho e
Andreia Munarão, o filho deles, Giovani Mantovani, e o genro Alex Zanatta Bignotto.

Foram cumpridos mandados em dois endereços em Santa Bárbara d'Oeste (SP),
segundo informou a Polícia Federal por meio de nota.
A investigação apura os crimes de injúria, perseguição e desacato praticados contra
Moraes, de acordo com a PF.
Segundo a PF, foi apreendido o celular de Andreia e um computador na casa da família
— agentes federais receberam autorização para acessar inclusive informações que
estão na nuvem.
O carro da família também foi revistado na delegacia para buscar ligação com atos
golpistas das urnas.

Defesa

O advogado Ralph Tórtima falou com jornalistas na frente do prédio da
corporação em Piracicaba e considerou "injustificável" o cumprimento dos
mandados. “Acredito que toda decisão judicial deve ser respeitada, mas eu acredito
que se o Supremo Tribunal Federal tivesse conhecimento dos depoimentos que foram

prestados hoje (ontem), muito provavelmente uma decisão dessa não saísse”, afirmou
o delegado.
Segundo ele, um grupo de dez a 15 pessoas manifestava contra o ministro no
aeroporto. Porém, o defensor nega que Andreia fazia parte ou que tenha ofendido
Moraes
“Quando muito tivesse havido alguma ofensa e não houve, nós estaríamos falando de
um crime contra honra cuja punição é insignificante dentro do código penal, o que
talvez não justificasse tamanha desproporcionalidade de reação”, acrescentou Ralph.
O casal prestou depoimento à PF. Roberto Mantovani admitiu que houve um
“entrevero”, mas negou ter empurrado o filho do ministro. Mantovani, a esposa
Andreia Munarão e o filho deles, que teria tentado impedir as agressões, tamb~em
prestara depoimento à Polícia Federal em Piracicaba (SP).
O advogado alega que o empresário e sua família não sabiam que se tratava do filho
de Moraes até desembarcarem no Brasil e serem abordados pela Polícia Federal. No
domingo, o genro de Mantovani, Alex Zanatta Bignotto, também foi ouvido pela PF.
O depoimento do empresário teve cerca de duas horas de duração. Conforme o
advogado, Mantovani disse à PF que “jamais proferiu qualquer ofensa direcionada ao
ministro” e que o contato inicial com Moraes foi “visual” e que, “em um segundo
momento”, teria ocorrido o “contato pessoal”, quando o magistrado sai de uma sala
vip para tirar o filho da área externa onde ocorria o desentendimento.
O casal nega motivação política. Andreia ainda prestará depoimento à PF, mas o
advogado adiantou que ela deverá esclarecer se a razão do desentendimento foi a
presença de Moraes numa sala vip na qual a família dela foi impedida de entrar porque
não tinha feito reserva.
O filho do casal, Giovani, também foi chamado para prestar esclarecimentos. Em
representação enviada à PF, Moraes afirmou que o rapaz tentou impedir as agressões.
A versão dada por Roberto Mantovani e pelo advogado é diferente das informações
das autoridades. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou
que autoridades da Itália confirmaram ao governo brasileiro que a família de Moraes
foi agredida no aeroporto.
“Ele nega ter havido um empurrão, ele diz que em razão de ofensas que eram
proferidas a sua esposa, ele afastou essa pessoa. Ele sequer sabia quem era, mas era
uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas a sua mulher.

Posteriormente, teria sido dito a ele que se tratava do filho do ministro Alexandre de
Moraes”, afirmou o advogado Ralph Tórtima.

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