Amazonas tem reação em cadeia contra proposta indecente de Zema
Governador de Minas Gerais propõe a criação de uma frente de consórcio em defesa das riquezas do Sul e Sudeste, em detrimento às outras regiões do Brasil
Brasil – Indubitavelmente, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), é famoso por cometer muitas gafes em suas declarações ao público. E, a mais recente, teve uma reação em cadeia por parte de deputados federais e senadores do Amazonas.
A fala separatista do defendendo uma coalizão das regiões Sul e Sudeste contra as demais regiões do País pegou mal entre os políticos do Amazonas. O governador Wilson Lima (UB) classificou a declaração como “muito ruim” e algo “perigoso”.
“Uma declaração dessa é muito ruim, porque a pobreza se concentra no Norte e no Nordeste. Sul e Sudeste não querem abrir mão do que eles têm em termos de competitividade, mas é necessário um equilíbrio. É muito perigoso estabelecer um cabo de guerra entre as regiões e colocar uma população contra a outra”, declarou Wilson Lima ao Estado de São Paulo, veículo de veiculação nacional.
No jornal, Zema, apontado como provável candidato à Presidência em 2026, afirmou que os governadores do Sul e do Sudeste desejam mais “protagonismo” na política e economia e pretendem agir em conjunto para evitar perdas econômicas em relação às outras regiões. Comparando o Norte e o Nordeste com uma “vaca magra”, ele reforçou que eles representam 70% da economia brasileira e desejam obter protagonismo político, algo que nunca tiveram antes.
Mais críticas
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, deputado Roberto Cidade (UB), considerou lamentável o posicionamento de Zema que, para ele, estimula a uma política separatista e, ao contrário, é preciso fortalecer “um Brasil democrático” e com oportunidade para pessoas de todas as regiões.
“O que o Brasil precisa, neste momento e sempre, é de união, fator imprescindível para se conquistar o desenvolvimento que tanto almejamos. Não é com antagonismo ou divisões”, escreveu Cidade nas redes sociais.
O presidente da CMM (Câmara Municipal de Manaus), Caio André (Podemos), acusou Zema de fazer “uma aparente perseguição” aos Estados do Norte e Nordeste e classificou a entrevista do governador mineiro ao Estado de São Paulo como “um show de desinformação” sobre a história do Brasil e o desfavorecimento histórico dessas regiões brasileiras.
“Nossa Zona Franca de Manaus não é um bem apenas para Manaus e para o Amazonas, mas sim para o Brasil inteiro, pois segue como ferramenta que ajuda a manter a floresta amazônica, principal riqueza natural dos brasileiros, em pé, alinhada ao desenvolvimento sustentável e tecnológico do PIM [Polo Industrial de Manaus]. Talvez falte informação ao governador mineiro ou é a aversão, tomara que não”, declarou Caio André em uma rede social.
Preconceito
O deputado federal Amom Mandel (Cidadania) rebateu as críticas de Zema ao favorecimento do Norte e Nordeste na criação de fundos previstos na Reforma Tributária. No entendimento do congressista, é óbvio que as políticas públicas privilegiem as regiões mais pobres, justamente porque o objetivo delas é combater a pobreza e a desigualdade e questionou: “como elegeram um cara desses?”. O parlamentar considerou a fala preconceituosa.
“A lógica do Estado é a de fazer com que os mais fortes ajudem os mais fracos. É a da sociedade como um todo. Quem tem saúde ajuda quem não tem. Quando você entender que o incômodo deles é porque não querem ver o pacto federativo funcionando para apoiar os estados mais pobres do Brasil com a capacidade dos mais ricos, vai ver o motivo para tanto alvoroço no Norte e Nordeste contra as declarações de Zema”, disse Amom.
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